Por que a gente procrastina?
Procrastinar não é simplesmente “preguiça” ou “falta de vergonha na cara” como muita gente pensa. Procrastinar é um comportamento aprendido que foi reforçado ao longo do tempo. Ou seja: a gente procrastina porque, de alguma forma, isso já funcionou — trouxe alívio, evitou desconforto, deu prazer imediato… e o cérebro gostou. Vamos entender melhor: Imagine que você tem que estudar, mas sente tédio, medo de não dar conta ou insegurança. Ao invés de encarar isso, você abre o celular e vai ver vídeos. Resultado? Alívio imediato da ansiedade. Reforço negativo: você tirou um desconforto (a tarefa chata). O cérebro aprende: “ufa, isso é melhor!” E assim a procrastinação vai se fortalecendo como hábito. Sinais comuns de que você está procrastinando: Espera “sentir vontade” para começar Substitui a tarefa difícil por algo mais fácil (tipo arrumar o armário em vez de responder e-mails) Fica se culpando, mas não muda a ação Deixa tudo para o último minuto e só consegue agir sob pressão O que podemos fazer? Em vez de focar só no porquê você procrastina, a análise comportamental olha para o contexto da ação: 1. O que vem antes da tarefa?(emoções, pensamentos, ambiente?) 2. O que acontece quando você evita?(qual o reforço?) 3. Que consequência está mantendo esse padrão vivo? Quando entendemos esse ciclo, podemos mudar os estímulos, reforços e consequências para criar novos comportamentos mais eficazes. DICAS PRÁTICAS: 1. Comece pequeno (comportamento mínimo viável) Reduza a tarefa ao mínimo possível. Exemplo: "Em vez de estudar 3h, só vou abrir o material e ler por 5 minutos.” 2. Reforce o que quer aumentar Crie consequências agradáveis para comportamentos desejados. Exemplo: “Se eu fizer 30 minutos de trabalho, posso assistir um episódio da série.” 3. Altere o ambiente Diminua os estímulos que reforçam a procrastinação (celular, TV, notificações). Ambiente influencia comportamento. 4. Use o tempo a seu favor Trabalhe com blocos curtos de tempo com pausas planejadas. Técnica Pomodoro: 25 minutos de foco + 5 de pausa. 5. Observe e registre seu comportamento Anotar o que fez, o que evitou, como se sentiu… ajuda a identificar padrões. Isso te dá consciência e controle sobre o que está acontecendo. Lembre-se: A procrastinação não é um defeito de caráter. Ela é um padrão de comportamento mantido por reforços, que pode ser compreendido e modificado Com pequenas mudanças e autoconhecimento, você pode construir um novo repertório mais funcional e leve dia após dia.
5/8/20241 min read
Psicologia e terapia.